NASCIMENTO DOS DENTES E ASSADURAS: QUAL A RELAÇÃO?
É incrível como tem coisas que a gente só aprende no segundo filho! Quando o Paulo Roberto tinha 4 meses, começaram a aparecer umas assaduras monstruosas nele. Na ocasião, parei para fazer o que toda mãe de segunda viajem faz: comparar os acontecimentos ocorridos com o primeiro filho, com tudo o que acontece com o segundo. Pus a mente para pensar e lembrei que - somente uma vez - o Marco Antônio (meu filho mais velho) havia passado por algo assim. Aconteceu quando ele tinha um ano e quatro meses e o deixei com minha sogra para ir à faculdade (quando Marco nasceu, eu estava terminando a faculdade de jornalismo) e ela cismou de dar banana Nanica e Funchicória (um pó que tem na sua fórmula folhas de chicórea, raiz de ruibarbo e flores de funcho.) para a criança, que já estava com diarreia (banana Nanica solta o intestino, ao contrário da Prata. Funchicória, em excesso, também) Conclusão: não havia fralda que segurasse tanto coco. O bumbum ficou todo irritado... Junto vieram as assaduras que só melhoraram com uma mistura de pomada Dermodex com violeta genciana!
Paulo Roberto (na foto, com cinco meses) e Marco Antônio (na foto, com 9 anos) - Meus filhotes: mesma mãe, mesmo pai e tão diferentes. Em tudo!
Mas, voltando ao caso do Paulo Roberto, o menino estava tendo assaduras do nada! E não eram assaduras normais. Eram enormes e deixavam a pele enrugada, áspera, alta e mega vermelha. Assim que o problema começou, aumentei a frequência das trocas de fraldas para evitar que a pele ficasse em contato com o xixi. Usei amido de milho - que ajuda a absorver qualquer umidade (suor e vestígios de urina) e não contém fragrância (como os talcos convencionais: que são ótimos, mas nessas horas, podem irritar ainda mais a pele pela presença do glicol - um tipo de álcool presente em tudo o que tem cheirinho). Quando ele fazia coco, limpava bem a região com água (nada de lenços umedecidos, que também têm glicol). Mas parecia que nada era suficiente para reduzir aquelas assaduras.
Nessas horas, a gente sempre ouve muitos conselhos. Ouvi vários! Mas, resolvi pesquisar com quem mais entende do assunto: o pediatra. Em nosso caso, a pediatra, mais precisamente. Liguei bem assustada e fui logo tratando de contar a situação, já imaginando que marcaríamos uma consulta. Foi quando ela me perguntou: "Tem dentinho nascendo?" Lembrei que o Paulo andava me 'mordendo' o tempo todo e babando muito também, enjoado para comer. Então respondi que sim. Era muito provável. Meio que sem entender a relação de uma coisa com a outra. E eis que ela me fala que tudo era normal.
Cheia da autoridade (embora, com minha habitual paciência e educação - de verdade!) que só as mães de mais de um filho têm nessas horas, fui logo argumentando: "Mas o Marco não teve nada disso!" Daí, ela me explicou que, quando os dentinhos estão nascendo, é normal ter muita assadura mesmo, porque as fezes ficam ácidas nesse período. Me prescreveu uma pomada e me deu a garantia que tudo iria melhorar em 3 dias. Hein??? Como pode? Se os dentes são na boca e as assaduras, beeeeeeeeeem mais abaixo, como pode haver relação entre uma coisa e outra?
Entendi a coisa das fezes ficarem ácidas durante o nascimento dos dentes. O que eu não entendia era porque isso acontecia. E, cabeça de mãe, jornalista e blogueira e fogo, né? Curiosidade anda solta! Resolvi pesquisar em vários sites com artigos científicos e... Nada. Toda a informação que havia era a que o nascimento dos dentes deixava as fezes ácidas... Mas insisti e numa das buscas encontrei um artigo bacana que trazia a informação...
Paulo Roberto e a fase de transição da mamadeira para as papinhas
A Drª e bióloga Ligia Moreiras Sena, explica que a função dos dentes é ajudar na alimentação. Correto! Isso significa que, quando os dentes nascem, estão sinalizando para o corpo que uma nova fase na alimentação da criança irá começar. Que, em breve o trato gastrointestinal logo, logo será apresentado aos alimentos sólidos. O que o corpo faz? Para se preparar para receber esses alimentos, o estômago começa a produzir mais ácido: o famoso suco gástrico, que contém, além das enzimas responsáveis pela digestão, ácido gástrico, o famoso ácido clorídrico. Esse aumento de ácido no estômago do neném pode não fazer mal algum à barriguinha dele. Afinal de contas, o estômago produz um muco que o protege desse ataque químico. No corpo de um adulto, por exemplo quando o alimento misturado com o ácido passa para o intestino, os demais órgãos do aparelho digestivo - pâncreas, fígado, vesícula - também vão liberando seus sucos, que neutralizam a acidez. Entretanto, no bebê tudo está em desenvolvimento, e pode ser que essa neutralização ainda não seja de forma tão eficiente quanto no corpo de um adulto. quanto deveria. Então, esse excesso de ácido que sai do estômago, passa pelo intestino e vai ser eliminado como fezes. Pronto! Eis aí a explicação das tais fezes ácidas!
Aliás é por isso também que nessa fase inicial da alimentação do bebê - quando ele sai exclusivamente do leite (seja do peito, seja de fórmulas) e passa a consumir papinhas, costuma aparecer um muco (que parece até catarro) nas fezes. Isso acontece como uma forma de proteção do organismo para proteger as paredes do intestino desse ácido vindo do estômago ;-) E isso dura até o corpinho do neném se habituar à nova alimentação. Até acontecer um amadurecimento do Sistema Digestivo do neném. Será o fim das fezes ácidas e a tranquilidade - tanto para a gente, quanto para o bumbum do pequeno :D
Paulo Roberto com um ano e dois meses: livre das assaduras e com dentinhos à mostra ;-)
Bem, acho que essa lógica de pensamento explica bem o s fatos, né? E vocês, tiveram esse tipo de problema com seus nenéns? Vamos trocar ideias!
Beijos!
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